Comemoração do dia do Holocausto em Israel

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Em 19 de abril de 1943 estourou a Revolta do Gueto de Varsóvia. Todas as manhãs, soldados nazistas entravam no gueto para reunir os judeus selecionados e levá-los para a “Praça dos Envios”, a estação de trem onde embarcariam para os campos de extermínio. Naquela manhã, grupos de jovens realizaram um ataque coordenado contra soldados alemães que marchavam pelas ruas do gueto.

A revolta de Varsóvia em 19 de abril de 1943 correspondeu naquele ano ao dia 14 de Nissan, véspera da Páscoa de 5733, por isso, devido à proximidade com a celebração judaica, não se considerou uma data apropriada para comemorar “outro” evento. 

Finalmente, foi determinado que o Dia da Lembrança do Holocausto seria, todo ano, uma semana após a Páscoa; ou seja, no dia 27 de Nissan

A revolta do Gueto de Varsóvia foi talvez a mais importante e conhecida de todas, mas as manifestações de heroísmo durante o Holocausto foram muitas e variadas. Houve outras, em outros guetos, nos campos de extermínio ou nas florestas. Mas o dia 19 de abril de 1943 ficou gravado na memória coletiva judaica como uma data para ser lembrada. 

Seis anos depois, o kibutz “Lohamei Ha Guetaot”(Combatentes dos Guetos), seria fundado exatamente nessa data pelos sobreviventes daqueles levantamentos, que desejavam erguer o estandarte da sublevação contra o antissemitismo alemão.

No Israel dos dias do mandato britânico, havia quem usasse a expressão “como ovelhas para o matadouro” para descrever os judeus que iam para as câmaras de gás sem opor resistência. Esta expressão não é bíblica, mas existem na Bíblia várias outras semelhantes. Por exemplo, em Isaías 53:7, temos a frase “…como um cordeiro, foi levado ao matadouro”, ou em Jeremias 12:3, a frase “como o rebanho para o matadouro”.

Os sobreviventes do Holocausto interpretaram esse ditado como uma expressão de desprezo e, portanto, decidiram enfatizar que, nas terríveis circunstâncias da guerra, houve manifestações de verdadeiro heroísmo.

A data da Revolta do Gueto de Varsóvia foi definida por causa de sua importância histórica e simbólica, e os eventos para marcar seu aniversário naquele dia começaram a ser organizados na Terra de Israel.

Ao mesmo tempo, o Rabinato de Israel decidiu comemorar o Dia da Memória do Holocausto em 10 de Tevet (quarto mês do calendário hebraico), o dia de Kadish geral. Segundo a tradição, em 588 a.e.c., conforme o calendário judaico, começou o assédio a Jerusalém por Nabucodonosor. 

O assédio terminou um ano e sete meses depois com a destruição de Jerusalém e do Primeiro Templo. Portanto, o Rabinato decidiu que este dia seria apropriado para lembrar daqueles que pereceram no Holocausto, cuja data de morte é desconhecida, e assim seus parentes poderiam praticar os costumes tradicionais do luto. 

No entanto, em 1951, o parlamento do Estado de Israel aprovou um decreto segundo o qual em 27 Nissan se celebraria o “Dia da Memória do Holocausto e da Revolta dos Guetos”. Em 1959 foi promulgada a lei “Dia do Holocausto e do Heroísmo”.

A Assembleia Geral das Nações Unidas decidiu em 1 de novembro de 2005, por unanimidade, comemorar o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto em 27 de janeiro. Nesta data, o campo de extermínio de Auschwitz foi libertado por soldados do Exército Vermelho. 

Muitos países celebram o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto com cerimônias especiais, mas o Estado de Israel aderiu a uma tradição de 70 anos e continua a lembrar as vítimas do Holocausto de acordo com a data hebraica do levantamento do Gueto de Varsóvia, que neste ano cai no dia 8 de abril.

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